quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Fazer e dizer, em geral, têm dois lados. 
Fazer e ser é algo bem próximo. Nós somo, em grande medida, a expressão de nossa ação no mundo e com o mundo. 
Dizer sobre o feito pode ser uma forma de criar uma conceituação para a ação, mas nem sempre a ação é tão boa quanto a narrativa, ou seja, o dito sobre o feito pode ser só uma grande ficção/enganação. 
Somos, pensamos, dizemos e fazemos.
Quem sabe um dia seremos mais verdadeiros. Mas a verdade será uma realidade unidimensional? Ou será algo multifacetado e relativo?
Deixar de relativismo pode ser um bom ponto de partida...eu acho! Rsrsr
Eu sei que o pesar, o dizer e o fazer nem sempre caminham na mesma direção. acredito que a busca desta aproximação pode ser uma forma de melhorar nosso jeito de se relacionar com a vida em sua diversidade e complexidade. sem armas ou amarras, mas com fome de vida e de mundo.

mudança de paradigmas

Espero uma mudança de paradigmas que tenha a defesa da vida como foco da tecnologia e conhecimento. Tantos inventos para vender mais, tantos produtos para um consumo desenfreado e vazio. Quero ver essa energia inovadora voltada para os problemas humanos e ambientais. Quero ver máquinas e homens voltados para acabar com a fome e a desigualdade.

Nunca digam - Isso é natural!

O fuzil utilizado pelo soldado do tráfico é um artefato bélico resultante de pesquisas e produzido por uma indústria legalmente constituída. A bomba Atômica lançada sobre a cidade de Hiroshima em 1945 foi desenvolvida a partir de pesquisas científica. Esses são dois exemplos de produtos do progresso científico que não significam benefícios para a sociedade, mas produção de dor e morte.
"Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam - Isso é natural!
Diante dos acontecimentos de cada dia,
Numa época em que corre o sangue
Em que o arbitrário tem força de lei,
Em que a humanidade se desumaniza
Não digam nunca: Isso é natural
A fim de que nada passe por imutável."
(Bertolt Brecht)

NEGÓCIO SOCIAL – UMA NOVO HORIZONTE PARA A REINVENÇÃO DOS MERCADOS

por Mardonio Barros 
Nem estatolatria, nem capitalismo selvagem com suas visões estreitas são capazes de dar conta das emergências e complexidades de nossa sociedade. Eles não são portadores do elemento mais importante da evolução humana, que é a solidariedade: foi ela que possibilitou todos os processos de organização, produção e socialização que conduziram a humanidade ao atual estágio de desenvolvimento. A colaboração e organização social, certamente, são elementos chave para entender como a humanidade, mesmo sendo uma espécie tão frágil, tornou-se a espécie dominante na terra.
A cooperação pela sobrevivência e pelo bem comum foi o elemento principal da evolução humana, mas os liberais conservadores e os autoritários de esquerda não conseguem ver isso e entender que as necessidades coletivas devem estar em primeiro plano. É preciso humanizar a ideia de mercado para não alienarmos o processo de produção e organização das demais dimensões da vida.
A ideia de desenvolvimento deve, de fato, estar voltada para a produção de uma sociedade mais feliz e viável, viabilidade essa que só é possível se nós combinarmos justiça social e convivência harmônica com o meio ambiente. As dimensões social e ambiental devem nortear a busca de soluções. Produtos e serviços que são danosos aos homens e ao meio não podem continuar sendo livremente fabricados e comercializados. Nós devemos ter industrias e comércio alinhadas com uma razãosocial que gere benefício ao planeta. Sem criminalizar o lucro, nem enaltecer uma saída estatal, precisamos de modelos coerentes que só são possíveis a partir de um processo de grande densidade social que promova a participação mais ampla possível desde a elaboração até a execução.
Nessa perspectiva, vejo um novo horizonte apresentando-se. O negócio social surge como essa nova possibilidade de reinvenção do mercado, ou até mais que do que isso, ele pode resultar num novo sistema sociometabólico capaz de revolucionar o modo de nos relacionarmos uns com os outros e com o meio que nos possibilita a vida. Esse novo modelo não passa pelas visões tradicionais de esquerda, nem de direita. Trata-se de um novo paradigma, cuja a centralidade não está na disputa de poder, nem no lucro, mas na busca de resolver problemas de ordem material e simbólica.
Os negócios sociais organizam a energia social para o atendimento de necessidades coletivas. Está focado na criação de empreendimentos que irão produzir impactos positivos.
É possível identificar uma nova safra de empreendedores e trabalhadores do século XXI desejosos de uma cultura de mercado mais justa e democrática, eles estão produzindo uma onda do bem que deu impulso à expansão de negócios sociais que crescem de forma significativa. Os empreendimentos com impacto social estão transformando milhões de vidas pelo mundo e criando exemplos de desenvolvimento humanamente justo e ambientalmente responsável. Muhammad Yunus e outros humanos que acreditam na força da solidariedade estão demonstrando que é possível gerar desenvolvimento com produção de felicidade, justiça e igualdade.